Em reunião
realizada nesta quinta-feira (20/08) com o Movimento por Educação de Qualidade
na Zona Leste e outras lideranças sociais dessa região da cidade de São Paulo, o
diretor da Escola Politécnica da USP (Poli), professor José Roberto Castilho
Piqueira, anunciou que a instituição tem um grupo de trabalho para reprojetar a
Poli-Leste. "Haverá uma Poli de primeira categoria na USP Leste, nos moldes do
que fizemos na Poli-Santos. Isso não é um compromisso meu, pessoal, mas um
compromisso da Diretoria da Poli", afirmou ele, sendo aplaudido pelas pessoas
presentes.
O professor
Mauro Zilbovicius, do Departamento da Engenharia de Produção da Poli, está
coordenando o grupo. O diretor disse que o grupo trabalhou em um projeto antigo
feito para a Prefeitura de São Paulo, que previa a instalação de uma unidade de
ensino de engenharias na Zona Leste, e que não foi levado adiante. "Toda a parte
acadêmica desse projeto, que é a mais importante,já está estruturada", explicou
Piqueira.
Segundo ele,
a partir do momento em que as questões ambientais envolvendo o campus da USP
Leste forem resolvidas, será possível dar andamento ao projeto. "Gostaríamos de
ter a Poli funcionando na Zona Leste em dois anos, contados a partir da
liberação da área para construção dos prédios, já que sem eles não há comohaver
aulas".
Piqueira
disse ainda que a Poli vai procurar alternativas para obter os recursos para as
obras, e não esperar apenas pelas verbas da Universidade. "Foi assim que
trabalhamos para construir a Poli-Santos. Fomos ao BNDES, tivemos a parceria da
Prefeitura de Santos. Aqui na Zona Leste temos empresas que poderiam nos ajudar,
podemos conversar com osAmigos da Poli, um grupo de ex-alunos que se juntou para
apoiar projetos da Escola", exemplificou.
Segundo
informações da Superintendência de Espaço Físico da USP, que está conduzindo as
ações para análise ambiental e liberação das áreas interditadas do campus Leste,
todas as ações recomendadas pela Cetesb já foram tomadas em relação ao terreno
onde serão construídas as edificações da Poli-Leste. As análises e diagnóstico
do solo e da água subterrânea dessa área foram concluídos no final de
2014.
No início
deste ano foram oferecidos dados adicionais solicitados pela Cetesb.Desde então
a USP aguarda um posicionamento do órgão sobre o diagnóstico apresentado pela
Universidade. As análises feitas pela USP indicaram que não há riscos e que a
área pode ser liberada, mas somente depois de a Cetesb analisar a documentação e
aprová-la, poderá dar autorização para a retirada dos tapumes e liberar o uso do
local.
Diante da
impossibilidade de construir o prédio da Poli na USP Leste, em razão dos
problemas ambientais, os alunos do curso de Engenharia da Computaçãoforam
transferidos para a Poli no campus do Butantã. A USP decidiu não oferecer vagas
no vestibular de 2016 para esse curso. As vagas criadas para a Poli-Leste,
porém, não foram canceladas, e sim redistribuídas entre os Departamentos da
Poli, ampliando o número de vagas disponíveis para outros cursos.
Cursinhos preparatórios -
Piqueira contou ainda que foi feita uma análise relacionada aos 100 alunos que
entraram no curso oferecido pela Poli na USP Leste.
Mais da
metade deles queria estudar outras áreas da Engenharia, tendo colocado o curso
da Poli-Leste como terceira ou quarta opção. "Apenas 30 alunos desses 100 estão
cursando, hoje, Engenharia da Computação", revelou Piqueira. "Com a
transferência para o campus do Butantã, a maioria preferiu outras áreas da
engenharia.
Outro dado
revelado pelo diretor da Poli é que, dos 100 alunos, apenas um morava na Zona
Leste."Os estudantes da Zona Leste não conseguem entrar na Poli porque concorrem
em condições de desigualdade. A Poli acredita que pode fazer algo sobre isso",
completou Piqueira.
Ele destacou
algumas iniciativas da Poli nesse campo, como a realização do cursinho para 60
jovens da Zona Leste em parceria com o Anglo, a oferta do cursinho gratuito da
Poli, cujo material é oferecido pelo Etapa, e o Programa de Pré-Iniciação
Científica, pelo qual alunos de ensino médio da rede pública assistem aulas na
Poli e desenvolvem projetos, tendo uma vivência universitária antes de prestarem
vestibular.
Havia a
perspectiva de que o cursinho da Poli fosse oferecido na Zona Leste, mas
Piqueira explicou que os professores são alunos da Escola e eles não conseguem
se deslocar até a região para dar as aulas e ainda dar conta dos estudos na
Universidade, uma vez fazem cursos em tempo integral. O diretor se dispôs a
discutir com os movimentos sociais locais a possibilidade de o Programa Poli
Cidadã, que tem uma iniciativa de dar aulas em escolas públicas, poder trabalhar
em parceria para organizar um cursinho na região.
O professor
Mauro Zilbovicius encerrou a participação da Poli no encontro na Zona Leste,
dizendo que a Escola está pensando estrategicamente seu futuro. "O que vamos
fazer daqui 20, 30 anos precisa ser construído agora. Estamos escolhendo os
projetos estratégicos para a Poli e, com certeza, a Poli-Leste é um deles, assim
como é a Poli-Santos, a estruturação de uma forte atividade junto ao ensino
médio, pois é missão da Poli desenvolver nos jovens o gosto pela Engenharia,
mostrar que ela é mais do que matemática, é usar criatividade, conhecimento e
ciência para melhorar o mundo", finalizou.
Também
participaram do encontro com lideranças da Zona Leste alunos, professores e
funcionários da alunos, professores e funcionários da Escola de Artes, Ciências
e Humanidades da USP Leste. |
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