quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Do Caos a Lama

* Mario Pugliesi



Organização melhora, mas ainda peca onde era mais esperado

Antes de falar do festival SWU em si, preciso destacar a ação integrada com o programa “Caldeirão do Huck” da rede globo de televisão de reciclagem. A ação montava equipes entre escolas que deveriam reunir a maior quantidade de material reciclável em sua cidade. As equipes competiam entre si e contava pelo peso conseguido. Ação simples, mas com impacto profundo nos adultos de amanhã. A reciclagem passou a fazer parte da vida destes jovens, que poderão incitar amigos e colegas a seguir o mesmo exemplo. Ponto positivíssimo para o festival que prega ser mais do que apenas música.

 E o festival? Diferentemente do ano passado, em que ocorreu em uma fazendo nos arredores de Itu, desta vez o festival teve apoio da prefeitura de Paulínia, se mudando para a cidade. O fórum foi muito melhor organizado ficando em um espaço nobre: o Theatro Municipal de Paulínia. Além disso, contou com curadoria de Ingrid Francine que trouxe nomes como:   Celine Cousteau, Marina Silva, Rigoberta Menchú, o professor David Cahen, a pesquisadora Milena Boniolo, além do cantor Neil Young e da atriz Daryl Hannah. O auditório ficou lotado e ainda contou com cobertura via internet com mais de 1,5 milhões de pessoas assistindo. O Fórum foi apoiado pelo Pacto Global da ONU e esta foi a primeira vez que a organização apoio um evento como este no mundo.


Já a estrutura pecou ainda um pouco em relação à expectativa que fora criada. O que se viu no final do primeiro dia foi um mar de lixo esparramado pelo espaço que, apesar de contar com muito mais latas de lixo, ainda ficou aquém do necessário, mas deixou mais aberta questão de se existe uma quantidade ideal ou se o que é preciso mudar é a educação dos participantes. Para piorar um pouco, este ano o evento aconteceu em Novembro, que pela proximidade com o verão contava com a possibilidade de chuvas durante os shows. E foi o que aconteceu. Infelizmente houve um despreparo para esta situação deixando estacionamentos, banheiros e a área de camping próximo do impraticável devido ao lamaçal que se formou.

Fora isto o festival trouxe uma grande quantidade de organizações e empresas voltadas a sustentabilidade e contou com melhor trabalho de reciclagem que sua primeira edição. O que mostra que o preparo para esta segunda edição foi mais bem pensado do que o primeiro.



Mas ainda com todos estes ótimos pontos a favor e apenas alguns reveses, o SWU ainda é um festival de música e este ano contou com alguns grandes shows e dias bastante distintos. O primeiro dia contou com shows de Snoop Dogg, Kanye West e Black Eyed Peas, entre outros, formando um dia de com shows de rap. No segundo dia contou com Duran Duran, Peter Gabriel e um fantástico show do Lynyrd Skynyrd como principais atrações e fechou no último dia voltado ao rock com Megadeth, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e tendo o último show com o Faith No More do carismático Mike Patton, que conduziu o público através de clássico da banda.

O balanço final dos três dias de festival foi positivo e consolidou o SWU como um festival anual com força e que pode ser mais do que apenas sobre a música.


* Mario Pugliesi é Produtor Cultural. sócio-proprietário da Mito Produções e correspondente especial do Mercado Ambiental




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