sábado, 18 de fevereiro de 2012

A DIETA MILAGROSA DA SUSTENTABILIDADE

A DIETA MILAGROSA DA SUSTENTABILIDADE


Na ansiedade do mundo de hoje buscamos soluções fáceis e rápidas para problemas complexos.

Para fazer com que as pessoas de uma organização compreendam o conceito de sustentabilidade e a abordagem correta para implantá-lo, costumo fazer uma associação entre dietas para emagrecimento e projetos de sustentabilidade.

O processo de engordar ou emagrecer segue Leis da Natureza, sobre as quais o ser humano não tem controle. Uma pessoa engorda quando ingere mais energia (calorias) do que consome. O conceito é muito simples de entender, porém muito difícil de aplicar na prática.

Em vez de respeitar as Leis da Natureza reduzindo o consumo de calorias e/ou aumentando o gasto energético, a grande maioria das pessoas acima do peso busca soluções rápidas, milagrosas. Aí surgem dietas da moda, remédios que prometem milagres. E o resultado? Em quase 100% desses casos a pessoa pode até emagrecer por um período, mas volta a engordar. Isso por que as leis que comandam o processo não foram respeitadas.

O mesmo acontece com a implantação da sustentabilidade nas empresas. O conceito de empresa sustentável é simples. Para se tornar sustentável bastaria seguir as Leis da Natureza, ou seja, consumir, em processos cíclicos, somente aquilo que a natureza possa repor rapidamente, com energia limpa, sem substâncias tóxicas, respeitando os ecossistemas e o ser humano. Porém, implantar esse conceito no modelo econômico atual é extremamente difícil.

Aí o ser humano, em sua ansiedade, acha que é fácil tornar uma empresa sustentável. E para isso cria o que eu chamo de dietas milagrosas da sustentabilidade. Cria certificações, ferramentas e ações que prometem tornar uma empresa sustentável rapidamente.

Não faltam exemplos. Em vez de usar energia limpa para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (ação difícil, cara e lenta), as empresas plantam árvores para “neutralizar” suas emissões (ação rápida e barata).

Em vez de medir o real impacto de suas operações, com o uso de indicadores como o consumo absoluto de recursos naturais, água e energia, as empresas empregam indicadores relativos (chamados indicadores de ecoeficiência), que disfarçam o impacto real. Por exemplo, a empresa pode ter reduzido seu consumo de energia por unidade produzida em 3%, porém a produção total no mesmo período cresceu 10%. Conclusão: o impacto ao ambiente aumentou.

Não seria mais honesto se as empresas reconhecessem que são insustentáveis e que estão buscando a sustentabilidade, mas o caminho é muito árduo e difícil? Não seria melhor admitir um progresso lento porém constante e não alegar melhorias estratosféricas irreais?

Infelizmente, a realidade hoje é que as pessoas não admitem que têm estilos de vida contrários às Leis da Natureza e que por isso engordam. Preferem as dietas milagrosas.  Do mesmo modo, as empresas não admitem que atuam contra as Leis da Natureza. Preferem as dietas milagrosas da sustentabilidade. 


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Luiz Carlos Porto, Eng., MSc.
Silva Porto Consultoria Ambiental
Diretor Técnico



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