domingo, 6 de novembro de 2011

O CARRO ELÉTRICO É A SALVAÇÃO DO ETANOL

O Ex-Presidente Lula não criou incentivos para a venda de carros elétricos no Brasil porque dizia que isso mataria o etanol.
Porém, com o expressivo aumento da demanda por etanol, o preço desse combustível subiu muito, colocando em risco a produção de carros flex no Brasil. As montadoras dizem que estão estudando parar de produzir esse tipo de veículo.
Considerando a baixíssima eficiência energética veículos atuais, fica claro que não há possibilidade da produção de etanol acompanhar a demanda crescente. Em média, são necessários 1.800 m² de plantação de cana-de-açúcar para abastecer um único automóvel.
O Governo tem duas alternativas. Abandonar o carro flex e permitir a volta do uso exclusivo da gasolina nos veículos de passeio no país, com grandes impactos ambientais e econômicos (será necessário importar muito combustível). Ou então, incentivar a venda de carros elétricos no Brasil.
Parece um contrassenso, mas, ao contrário do que o Ex-Presidente Lula pensava, o carro elétrico pode ser a solução para a crise do etanol. À primeira vista, o uso de carros elétricos traz perda de mercado para o etanol. Engano. Há usos muito mais nobres para os biocombustíveis.
Empresas como GE e VSE (Vale Soluções em Energia, parceria da Vale com o BNDES) estão desenvolvendo turbinas a etanol para geração de energia elétrica. A GE, em conjunto com a Petrobras, implantou a primeira turbina a etanol do mundo na Usina Termelétrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
A eficiência energética das turbinas de geração de energia a etanol é muito maior do que a dos carros. E a eficiência do motor elétrico é muito maior do que a do motor a combustão interna. Além disso, o governo prevê a instalação de termelétricas a gás natural (combustível fóssil) para atender à demanda crescente de energia no país.
Portanto, nada mais racional do que usar carros elétricos para locomoção e etanol para gerar energia elétrica. É óbvio que o uso de carros elétricos demandará mais eletricidade. Deixemos o etanol para um uso mais eficiente.
Haveria um ganho significativo em termos de logística também, uma vez que as usinas termelétricas poderiam ser construídas próximas aos locais de produção de etanol.
Além disso, o uso do carro elétrico trará uma expressiva redução da poluição do ar nas grandes cidades (e a consequente redução dos gastos do governo com saúde).
Em um país com grandes fontes de energia renovável (água, sol, vento) o etanol pode contribuir para a termos a eletricidade mais sustentável do Planeta.
Não podemos esquecer, obviamente, que precisamos também melhorar a aerodinâmica e diminuir o peso dos carros elétricos, para aumentar sua eficiência energética.

Luiz Carlos Porto, Eng., MSc.
Silva Porto Consultoria Ambiental
Diretor Técnico

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