*Marcus Nakagawa
Você já se imaginou trabalhando para
um negócio que fará parte da próxima tendência econômica? Já pensou em um
empreendimento que esteja dentro de um dos seis setores mais promissores, sendo
que o seu mercado triplicará até 2020 atingindo 2,2 trilhões de dólares, de
acordo com a ONU?
Pois bem, esta é a economia verde, uma
iniciativa que foi lançada pelo PNUMA – Programa das Nações Unidas pelo Meio
Ambiente, em 2008, que visa mobilizar e reorientar a economia para investimentos
em tecnologias verdes e infraestrutura natural. Este movimento possui apoio de
economistas e tem as seguintes estratégias: valorizar e divulgar os serviços
ambientalmente corretos para consumidores; gerar de empregos no marco dos
empregos; definir políticas nesse sentido; desenvolver instrumentos e
indicativos do mercado capazes de acelerar a transição para uma economia
verde.
Um dos setores que foi colocado na
economia verde é a agricultura. Para este setor existe uma expectativa que o
mercado mundial dos produtos alimentícios e de bebidas orgânicas duplique até
2015, chegando a 105 bilhões de dólares. Por exemplo, quando o famoso chá mate
Leão, que agora é uma das marcas de bebidas não gaseificadas da Coca-Cola,
resolve ter uma linha orgânica é que a tendência está se
massificando.
Outro setor é das energias renováveis
com os biocombustíveis, energia eólica, solar fotovoltaica, entre outros. Esta
área começa a aparecer também no nosso país, não só pelo biocombustível da nossa
cana de açúcar, mas também as paisagens que já veem sendo modificadas pelos
grandes cataventos no nordeste e em outras regiões do país. Além disso, feiras
como a Enersolar +Brasil 2013, que aconteceu em julho, em São Paulo, ganha maior
visibilidade e, cada ano, mais expositores e visitantes.
Em um outro setor desta economia está
o turismo, principalmente o ecoturismo, que está crescendo muito no país, com
agência especializadas e pacotes específicos para a grande massa. De acordo com
a Organização Mundial do Turismo, enquanto o turismo cresce 7,5% ao ano, o
ecoturismo supera os 20%.
A pesca certificada e a aquicultura
também estão sob os holofotes, com uma captura anual de 18 milhões de toneladas
de peixes e frutos do mar, ou seja, cerca de 17% da pesca internacional.
O setor florestal não poderia deixar
de estar nesta economia, fundamentalmente quando falamos em florestas
certificadas e com processos que estejam dentro dos parâmetros mundiais de
manejo.
E, por último, a indústria e suas
práticas de sustentabilidade para garantir os negócios dentro das cadeias de
fornecimento internacional. Neste sentido, pode-se observar o aumento de
empresas certificadas com a ISO 14.001 referente ao respeito ao meio ambiente.
Além do aumento de consultores e o mercado em torno deste
tema.
Portanto, existe uma nova economia
para aquele empreendedor que quer juntar algumas crenças e valores ambientais
com o tipo de negócio que desenvolverá. E ele será o empreendedor da economia
verde, que crescerá ainda mais e passará a fazer parte da vida das próximas
gerações.
*Marcus Nakagawa é sócio-diretor da
iSetor, professor da ESPM, presidente do conselho deliberativo e idealizador da
Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e
palestrante sobre estilo de vida sustentável, sustentabilidade e
responsabilidade social (marcus@isetor.com.br).